sexta-feira, 7 de agosto de 2009

Folha aponta que Rosalba Ciarlini utilizou cota aérea para fazer turismo

O caso de Rosalba é o primeiro a ser detalhado sobre descontrole no uso da cota aérea
A Folha teve acesso a mais de 320 páginas de cartões de embarque e comprovantes de passagens e hospedagem descontadas da cota da senadora de maio de 2007 a fevereiro de 2008. A cota somava cerca de R$ 160 mil, utilizados em mais de 240 viagens em menos de 300 dias, o que corresponde a quase uma passagem diária. Do total de bilhetes, 124 foram emitidos em nome de membros das famílias Ciarlini e Rosado, do seu marido Carlos Augusto.
Rosalba é o primeiro caso detalhado no Senado de descontrole no uso da cota aérea depois que, em abril, foram descobertos dezenas de casos na Câmara, no escândalo que ficou conhecido como a "farra das passagens". As despesas da senadora do DEM aconteceram em seu primeiro mandado no Senado.
A matéria da Folha revela que entre as viagens bancadas pela senadora está por exemplo a vinda de sua filha Karla e do genro alemão Jan Nabendahl de Frankfurt para Natal, em novembro de 2007, ao custo de R$ 5.813. Outra presenteada foi Luana Rosado, e uma pessoa chamada Tricia Maia com uma viagem para Lisboa, Barcelona e Paris, no valor de R$ 7.457. Ela custeou também a hospedagem de seu filho Carlos Eduardo no Marina Park Fortaleza em junho de 2007.
E os casos não param por aí. Em 29 de fevereiro de 2008, Rosalba viajou para Estrasburgo, cidade turística francesa, onde passou duas semanas. Os bilhetes custaram R$ 3.376. No requerimento para se ausentar do país, ela só informou atividades de interesse parlamentar entre 4 e 8 de março. Nos dias 19 e 20 de julho, em pleno recesso, pagou a estada dela, do marido, do filho, do advogado Paulo Fernandes e da mulher dele, Olindia Fernandes, no Gran Meliá Mofarrej. A conta somou R$ 2.212,70.

Senadora confirma uso de cota aérea
Ainda na matéria da Folha de São Paulo, Rosalba Ciarlini confirma a utilização dos recursos para pagar passagens e estadia de parentes, amigos e advogado, apesar de não se recordar de todos os voos citados. "Antes, [a cota] era vista mais como uma complementação que era de uso do parlamentar, que ele podia usar para o deslocamento seu, do cônjuge, de dependentes ou de pessoas que achasse que era conveniente", declarou a senadora do DEM ao jornal paulista.
Sobre a irregularidade de utilizar as passagens, de uso exclusivo para atividades parlamentares, em viagens de turismo, Rosalba deu a seguinte explicação: "Eu cheguei aqui, senadora nova, a orientação era essa".

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